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post sem razão


quando éramos pequenos, no verão, sabíamos de onde vinham os emigrantes franceses, pelos números nas matrículas, tantas vezes perguntados ao pai. e 75? paris. e 69? “leão”. e ouvíamos a história, muitas vezes repetida, da gare do metro de paris com cheiro a limão, tão cheia de gente que ao andar, não se tocava com os pés no chão.

não rimava, que eu me lembre. mas agora quando me dão as saudades, fico a pensar que um dia destes, as histórias exóticas que ouvimos de um pai ex-emigrante em paris, se vão transformar nas nossas histórias de shanghai, e que, se calhar, ainda alguém há-de ouvir que aqui as pessoas também se empurram para caberem no metro e usam máscaras à frente da cara. porque não cheira a limão, só a poluição.



(image of a metro worker in paris (1971) by Dizzy Atmosfere, used with permission. second picture by raemin, a shanghai metro station on a friday evening. )

3 replies on “post sem razão”

longes e pertos,
com ou sem rimas

meia

com uma meia
entretive os pés
com o leite
fiz pudim
na areia
saltei ao eixo
no jardim
deixei-me ir

e da meia da metade
que misturei no leite
fiz ao senhor a vontade
receita baralhada
uma meia de leite
saborosa novidade

Pedro
2007-10-29

visitas longínquas
são bem vindas
com uma meia de leite
para degustar

Posted num relance at 03:30

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