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in the netherlands

pouca terra, pouca terra

dear people of the world,
despite the grin in the barman’s face when he realised we were portuguese and despite the crowd in the pub cheering for england, both g. and i left the place in amsterdam with a smile in the face. what a game, what a bit of history repeated. :)
we came back to celebrate with more equations and tests, as today we both fly to portugal for a statistics exam tomorrow and other exams.
being in amsterdam has a bittersweet taste. i’m halfway home if i go south (to portugal), and i’m halfway home if i go north (to groningen), but being halfway is neither and makes us ask where is the remote control, we want to fast forward the hours…
well, wish us luck! :)

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links and ideas

we need to get out more

“Se és designer ou criativo, talvez já tenhas descoberto um dos segredos da profissão: as empresas onde ganhamos o pão não alimentam a criatividade. Aliás, elas nem sequer sabem o que é a criatividade.
As empresas de comunicação são especialistas na arte do desperdício de talentos. Sob o pretexto, simplista, de o design e a publicidade estarem ao serviço das necessidades do marketing, acabam por nivelar por baixo o potencial criativo das peças que desenvolvem. A lógica da venda sobrepõe-se tirana sobre o potencial inovador que os recursos humanos poderiam criar. Como a psicologia dos Clientes favorece quase sempre a solução convencional, consensual, contida, são raras as agências que têm a força moral para furar o muro da mediocridade.
Há uma característica do acto criativo que continua a escapar à inteligência de muito boa gente – quão mais criativo é um trabalho, mais resistências vai encontrar. O público, quer o das equipas de marketing, quer o consumidor final da comunicação, incomoda-se com tudo o que seja diferente da sua experiência passada; pois o que é novo obriga a pensar. Ora, pensar assusta aqueles que estão satisfeitos com o que já conhecem.
O que seria uma casa criativa ideal? Quando lemos as missões e apresentações e aspirações das empresas ditas criativas encontramos sempre a mesma lenga-lenga. Que “somos absolutamente fantásticos a fazer o que fazemos e que mais ninguém consegue fazer porque temos um método de trabalho genial e uma organização divinal” e etc. Entre esta retórica e a realidade há uma maior distância do que entre a Lua e o fundo do universo. A verdade está nesta simples constatação, criar criatividade implica ter gestores criativos. Gestores capazes de compreender os factores decisivos na actividade dos designers e criativos, capazes de moldar o ambiente de trabalho e capazes de seduzir a Clientela com ousadia intelectual. Se não remarmos todos na mesma direcção, mais vale mandarmo-nos à água e começar a nadar – sempre chegamos mais longe.
Designers e criativos transportam consigo um sonho nebuloso, indefinido, desfocado, sobre o seu futuro. São como seres fabulosos, no sentido em que se aparentam com as criaturas mitológicas cujos corpos são constituídos por partes de diferentes animais. Esse conjunto heterogéneo de grifos, quimeras, harpias e minotauros vive cindido entre as exigências de um trabalho industrial e o desejo de ser artista. Permanecer no meio e não perder a alma, embora servindo a dois senhores, pede uma constante atenção ao essencial da nossa vocação. Isto é, se tivermos vocação…
A criatividade começa nos genes, não nascemos todos para o mesmo. A criatividade desenvolve-se com uma educação rica em estímulos para as nossas capacidades específicas, sejam as gráficas, visuais, de escrita ou conceptuais. A criatividade cresce com as experiências da vida, a descoberta das nossas estonteantes possibilidades, a consciência de nunca estarmos acabados. E a criatividade atinge a maturidade quando se compreende a sua finalidade suprema – entrar na intimidade invisível do outro, vencer o abismo que separa duas pessoas.
Se existisse uma empresa de comunicação que escolhesse os seus criativos pela ambição de marcarem a diferença, os seus produtores pela paixão da perfeição, os seus contactos pelo entusiasmo de vender grandes ideias e superiores execuções, os seus directores pela visão comercial revolucionária, uma empresa que se unisse na derrota e fosse generosa na vitória, que não exigisse dos criativos que chegassem cedo ao trabalho mas antes que chegassem o mais rápido possível às boas ideias, que investisse na inteligência emocional muito mais do que nos computadores, que escolhesse Clientes também pela liberdade criativa que eles permitissem e que fizesse do dia-a-dia laboral uma oportunidade para nos dignificarmos como seres humanos – quanto pagarias para trabalhar aqui?
A criatividade não nasce nas agências. A criatividade é aquilo que os criativos levam para as agências, mas que foram buscar a outro lado qualquer. We need to get out more.


guru, 2004″

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match point

The man who said “I’d rather be lucky than good” saw deeply into life. People are often afraid to realize how much of an impact luck plays. There are moments in a tennis match where the ball hits the top of the net, and for a split second, remains in mid-air. With a litte luck, the ball goes over, and you win. Or maybe it doesn’t, and you lose.

match point, woody allen

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in the netherlands

a festa portuguesa na holanda…

 

… mas discreta, que o temporal que se abateu e a quantidade de bêbados laranja nas redondezas não estava lá muito convidativa.

não foi um espectáculo bonito de se ver. pelo jogo em si – e bolas, que nervoso miudinho (ainda bem que a joy, a nossa pacifista tailandesa, lá estava para eu agarrar o braço de alguém), mas também pela nossa posição, uns 20cm abaixo da média à nossa volta… o ratio de nós/eles devia rondar os 1/20, no sally’s… mas lá ganhamos.
temos pena :P
e nada paga o sorrisito com que presenteei a malta no trabalho, na segunda de manhã… (não é que estão todos a torcer pela inglaterra? ai…)

(desculpem lá a má qualidade, quando estiver em casa redimensiono a imagem. entretanto cliquem para ver maior. pedro, bigado pela foto. :) )

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grep “long distance lover” *

In an effort to get people to look
into each other’s eyes more,
and also to appease the mutes,
the government has decided
to allow each person exactly a hundred
and sixty-seven words, per day.
When the phone rings, I put it to my ear
without saying hello. In the restaurant
I point at chicken noodle soup.
I am adjusting well to the new way.
Late at night, I call my long distance lover,
proudly say I only used fifty-nine today.
I saved the rest for you.
When she doesn’t respond,
I know she’s used up all her words,
so I slowly whisper I love you
thirty-two and a third times.
After that, we just sit on the line
and listen to each other breathe.

by Jeffrey McDaniel

(…)