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drave

“Uma Aldeia perdida numa cova entre as Serras da Freita e S. Macário, situada no Concelho de Arouca, isolada do mundo, habitada apenas por dois anciãos da grande Família dos Martins. É um aglomerado de casas de xisto que se confundem com as cores da Serra, construídas em tomo de uma Capela que, de há algum tempo a esta parte, é branca e coberta de telha. No fundo da Aldeia, confluem três ribeiras. Ao seu redor, algumas leiras para cultivo e um velho sobreiral. Abundam as colmeias. As cabras habitam os montados, vigiadas por pastores das povoações das redondezas.
O acesso por meios motorizados é impossível.

Se parece perdida no espaço, esta mesma sensação não é menor em relação ao tempo. A degradação vai impondo as suas marcas e o desmoronar progressivo das velhas paredes, após os telhados, é um processo há muito em curso que ameaça a sobrevivência de uma Aldeia das mais belas entre as típicas Aldeias serranas do interior português.
É uma terra que parou. Onde o progresso não chegou. Onde os sons que se ouvem são apenas e ainda, os dos elementos da natureza aliados aos dos mais rudimentares instrumentos com que o Homem age sobre ela, numa relação estreita de harmonia e sobrevivência árdua: a água que corre e tomba pelos socalcos íngremes das encostas, a voz altiva e solene das rapinas e o canto amigo das pequenas aves, o vento a brincar por entre os poucos Castanheiros, Sobreiros e Pinheiros e arbustos rasteiros. A sobrepor-se, não mais que a voz cansada dos que a habitam, o soar lento e compassado da enchada ferindo a terra ou o chiar já raro do carro de bois. “

(do site)

ainda existem sítios assim, sem aquele barulho de fundo da tecnologia que aprendemos a ignorar mal nascemos?

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