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in the netherlands links and ideas

led memories.

explanation: sometimes, wherever i am, i pop the ibook and open a stickie to write something. my stickies are filled with waiting hours, or post-insomniac considerations of places and situations. this is one of those, probably from mid-august, as i was looking back to mid-july.

“schipol is a special airport to me. it marks the first plane landing, the first night on a foreign country, the beggining of a year filled with surprises. but despite the personal attachments, it’s still a messy place, with sound warnings against smoking on forbidden places or biking inside the airport and people from everywhere specially teenage tourists eager to get stoned on the nearest coffeeshop. if you add a big strange meeting point, tiled in red and white squares with some pictures of formula one races (correct me if i’m wrong), lots of shops with tulips and clogs, a large amount of air hostesses dressing in blue, and miles to walk, you’ll get the picture.
a month ago i was sitting by the luggage belt, waiting for my stuff, when i noticed once again the vertical display on one of the staircase wells, with its green and red led’s displaying phrases, as the letters shifted from top to bottom or vice-versa. i’d seen it before, but not long enough to read any of it.

nevertheless, i expected something like “welcome to amsterdam” or “please beware of thieves, don’t let you luggage unguarded” or even a sort of quiz of the “did you know that…?” type.
no. the messages were weird, unrelated but equally disturbing, in a funny sense. i was surprised and for a moment thought of allucinations, or someone having fun messing with the system. one of those thoughts that crosses your mind when tiredness settles in and you think you’re starting to see things. one after another, they made me more and more curious, until i got the moleskine out and started scribbling them fast.

“the mouth is interesting because it’s one of those places where the dry outside moves towards the slippery inside”.

or “sometimes you have no other choice but to watch something gruesome occur yet don’t have the option of closing your eyes, because it happens fast and enters your memory.”

or “the rich knifing victim can flip and feel like the agressor if the thinks about previledge. he can also find the cut symbolic or prophetic”.

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leaves you thinking, right?
i didn’t know it yet, but that was exactly the point of artist jenny holzer, who developed some sort of text-art, to be printed or exhibited in public spaces.
more of her impressive work in washington, amsterdam (schipol) or paris.

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eyecatching


* book plates
: choose one (the hardest part…), print and paint, write your name on it and glue it to the book. :)
a simple idea to keep a kid occupied for some time… (via lifehacker)

* postcard polaroid: how not to love the mix of ideas?

* strandgut: pretty images. not all are polaroids, but they’re beautiful.

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:)

Apathy can be overcome by enthusiasm, and enthusiasm can only be aroused by two things: first, an ideal, which takes the imagination by storm, and second, a definite intelligible plan for carrying that ideal into practice.

Arnold J. Toynbee

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we need to get out more

“Se és designer ou criativo, talvez já tenhas descoberto um dos segredos da profissão: as empresas onde ganhamos o pão não alimentam a criatividade. Aliás, elas nem sequer sabem o que é a criatividade.
As empresas de comunicação são especialistas na arte do desperdício de talentos. Sob o pretexto, simplista, de o design e a publicidade estarem ao serviço das necessidades do marketing, acabam por nivelar por baixo o potencial criativo das peças que desenvolvem. A lógica da venda sobrepõe-se tirana sobre o potencial inovador que os recursos humanos poderiam criar. Como a psicologia dos Clientes favorece quase sempre a solução convencional, consensual, contida, são raras as agências que têm a força moral para furar o muro da mediocridade.
Há uma característica do acto criativo que continua a escapar à inteligência de muito boa gente – quão mais criativo é um trabalho, mais resistências vai encontrar. O público, quer o das equipas de marketing, quer o consumidor final da comunicação, incomoda-se com tudo o que seja diferente da sua experiência passada; pois o que é novo obriga a pensar. Ora, pensar assusta aqueles que estão satisfeitos com o que já conhecem.
O que seria uma casa criativa ideal? Quando lemos as missões e apresentações e aspirações das empresas ditas criativas encontramos sempre a mesma lenga-lenga. Que “somos absolutamente fantásticos a fazer o que fazemos e que mais ninguém consegue fazer porque temos um método de trabalho genial e uma organização divinal” e etc. Entre esta retórica e a realidade há uma maior distância do que entre a Lua e o fundo do universo. A verdade está nesta simples constatação, criar criatividade implica ter gestores criativos. Gestores capazes de compreender os factores decisivos na actividade dos designers e criativos, capazes de moldar o ambiente de trabalho e capazes de seduzir a Clientela com ousadia intelectual. Se não remarmos todos na mesma direcção, mais vale mandarmo-nos à água e começar a nadar – sempre chegamos mais longe.
Designers e criativos transportam consigo um sonho nebuloso, indefinido, desfocado, sobre o seu futuro. São como seres fabulosos, no sentido em que se aparentam com as criaturas mitológicas cujos corpos são constituídos por partes de diferentes animais. Esse conjunto heterogéneo de grifos, quimeras, harpias e minotauros vive cindido entre as exigências de um trabalho industrial e o desejo de ser artista. Permanecer no meio e não perder a alma, embora servindo a dois senhores, pede uma constante atenção ao essencial da nossa vocação. Isto é, se tivermos vocação…
A criatividade começa nos genes, não nascemos todos para o mesmo. A criatividade desenvolve-se com uma educação rica em estímulos para as nossas capacidades específicas, sejam as gráficas, visuais, de escrita ou conceptuais. A criatividade cresce com as experiências da vida, a descoberta das nossas estonteantes possibilidades, a consciência de nunca estarmos acabados. E a criatividade atinge a maturidade quando se compreende a sua finalidade suprema – entrar na intimidade invisível do outro, vencer o abismo que separa duas pessoas.
Se existisse uma empresa de comunicação que escolhesse os seus criativos pela ambição de marcarem a diferença, os seus produtores pela paixão da perfeição, os seus contactos pelo entusiasmo de vender grandes ideias e superiores execuções, os seus directores pela visão comercial revolucionária, uma empresa que se unisse na derrota e fosse generosa na vitória, que não exigisse dos criativos que chegassem cedo ao trabalho mas antes que chegassem o mais rápido possível às boas ideias, que investisse na inteligência emocional muito mais do que nos computadores, que escolhesse Clientes também pela liberdade criativa que eles permitissem e que fizesse do dia-a-dia laboral uma oportunidade para nos dignificarmos como seres humanos – quanto pagarias para trabalhar aqui?
A criatividade não nasce nas agências. A criatividade é aquilo que os criativos levam para as agências, mas que foram buscar a outro lado qualquer. We need to get out more.


guru, 2004″