on monday i return to portugal for the christmas holidays, and i can’t wait to marvel at the blue, unphotoshoped skies of home. :)
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… se sabiam, à partida, que não havia trabalho para mim?” Volta e meia, a pergunta martela na cabeça de Cláudia Baptista, 29 anos, licenciada em Jornalismo, a trabalhar como técnica auxiliar de educação. Durante quase dois anos, foi estagiária numa rádio nacional.
Começou por fazer um estágio curricular não remunerado, durante três meses, foi convidada a prolongá-lo por outros três. Aceitou. «Durante seis meses, paguei para estagiar», recorda. E depois? «Depois, ofereceram-me ficar a troco de 300 euros, a recibo verde.»
Vivia em casa dos pais, o dinheiro dava para pagar transportes e alimentação. Durante os 13 meses de isenção da segurança social aguentou. O amor à profissão falou mais alto e os elogios constantes que recebia alimentavam a esperança de um contrato. «Trabalhava 15 a 16 horas por dia, editava peças, sonorizava. Tinha responsabilidades de um jornalista, mas, no papel, não deixava de ser estagiária», resume.
Acabada a isenção, «dei ouvidos ao meu orgulho pessoal e profissional que se começava a construir». Pediu que lhe pagassem o salário mínimo e a Caixa. A resposta foi negativa. Cláudia saiu, outros estagiários continuaram. Todos os anos, chegam mais.
À distância de seis anos, Cláudia não consegue criticar apenas a estação onde trabalhou: «Há uma concordância do Estado, instituições de educação, empregadores e sindicatos: todos sabem que esta rotatividade de estagiários existe, mas ninguém faz nada para mudar porque a situação interessa a muita gente.» Não se envergonha de dizer que ainda hoje tem apoio psicológico e deixa o aviso: «Já começámos a gerar uma geração de frustrados.»
e
Apesar da crueza dos relatos, o discurso oficial é positivo. O presidente do IEFP, Francisco Madelino, esclarece que «os jovens licenciados são os que mais rapidamente obtêm trabalho». Demoram oito meses, em média, enquanto os não licenciados levam entre 12 e 14 meses.
da reportagem geração em saldo, da revista visão.
apetece-me comentar (ler puxar orelhas e gritar “acordem para a vida!”), mas é bater no ceguinho. e está-se tão bem em shanghai…
d. manuel II, o patriota
depois do último post, procuro por “portugal” na galeria. dois insólitos resultados: uma infantaria em estranhos preparos (mas tão portuguesa) e uma foto do rei d. manuel II.
o último rei de portugal. eis que (mesmo sem ser monárquica) ver um rei português assim, a preto e branco, me deixa quase sem palavras face ao realismo e à próximidade temporal.
nas pinturas a óleo ou nos painéis de azulejos que nos habituamos a associar à nossa monarquia, tudo ganha uma nuvem de misticismo, de tempos longínquos… numa foto não. um rei nosso a meio passo, visto assim sem poses, no flickr.
[english summary: the post is about the last king of portugal, which i found in a flickr photo from the library of commons – and how unusal it is for me to see a portuguese kind on a photo. portugal’s monarchy ended in 1910].
…
não sei o que é mais triste. se a precariedade de um país a recibos verdes, se o deixar-andar de quem está nessa situação e não tem coragem de lá sair.
olhem para nós. estamos aqui há 7 meses. com contractos de trabalho. com impostos pagos. com o almoço pago. com seguro de saúde. com férias, bónus e regalias. onde somos apreciados pelo trabalho que fazemos. a ganhar suficientemente bem para pensarmos em investir noutras coisas, em viajar, em virar freelancers. (o mindthisgap tem mais exemplos como o nosso).
não, nada disto foi sorte. foram escolhas construídas.
eu percebo que nalguns casos estes cenários não são possíveis. há família, há a idade, há profissões difíceis de encaixar noutros contextos.
mas e nos outros casos, como os das pessoas da minha idade, recém-licenciadas, que se sujeitam assim, durante anos? porque é que não saem daí?
expliquem-me lá esse amor à pátria que vos atraiçoa, que eu sinceramente, já não percebo.
it’s the pre-xmas season again. we can’t really feel it here, because the chinese are not very keen on that holiday. no xmas lights on trees (well, not more than usually anyway), no window shops decorated with red and green.and yet, we have our own subtle reminder: moms.
“so what do you want me to cook for you when you come?” is the question following “how are you?” nowadays. to which we happily answer with the roll of our favourite dishes and as many xmas desserts as we can remember.
it’s not like we’re starving here, but you know, mom’s food will always be the best – and i can guarantee that it tastes especially delicious after a few months abroad.
we should start dieting now, to make up for all the extra kilos we’re going to put on those 2 weeks.